Greve no setor aéreo voltará a ser discutida no TST na próxima quinta

Na reunião de ontem, empregados e patrões não chegaram a um acordo sobre reivindicações

Ficou para a próxima quinta-feira (8) uma nova discussão entre o Sina (Sindicato dos Aeroportuários) e representantes da Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) para evitar as paralisações iniciadas em todo o País na semana passada.

Nesta terça-feira (6), empregados e patrões se encontraram em audiência no TST (Tribunal Superior do Trabalho), mas não houve acordo e a nova audiência foi marcada.

O encontro entre representantes do sindicato e da Infraero foi intermediado pelo vice-presidente do tribunal, ministro Barros Levenhagem.

Ele agradeceu o fato de as paralisações não terem ocorrido nos períodos de maior movimento nos aeroportos, como a Copa das Confederações e a visita do papa Francisco.

As principais demandas dos aeroportuários são melhorias nos planos de saúde e odontológico da categoria, além de revisão dos cargos que apresentam defasagem, com a publicidade de critérios pela Infraero.

Ficou acertado que haverá nova audiência para apresentação de propostas de conciliação antes da nova assembleia entre os sindicalizados. Na semana passada, o presidente do TST, Carlos Alberto de Paula, decidiu que a greve poderia continuar, mas estabeleceu regras mínimas de comparecimento dos trabalhadores.

Apesar das reivindicações, durante todo o período de greve os aeroportos de Viracopos, em Campinas, de Brasília e de Guarulhos não foram afetados pela paralisação porque estão sob concessão da iniciativa privada.

O Sina confirma que a paralisação não afeta diretamente os voos, já que os funcionários atuam apenas dentro dos aeroportos. Segundo Alberto Carvalho, diretor de comunicação do sindicato, “pode ocorrer uma falha em uma escada rolante, que pode parar de funcionar, mas o passageiro tem a opção de ir de escada, por exemplo”.  

Na semana passada, a Infraero tentou impedir o prosseguimento da greve, ao ajuizar uma liminar na justiça contra o Sina. No entanto, o presidente do TST, ministro Carlos Alberto Reis de Paula, deferiu apenas parte do pedido da estatal.  

O ministro determinou ao sindicato que mantenha 100% das atividades de controle de tráfego aéreo, que assegure a manutenção mínima de 70% dos empregados que atuam na área de segurança e operação e que preserve o percentual mínimo de 40% dos demais empregados da Infraero que não estejam vinculados às áreas mencionadas.  

Foi estipulada multa de R$ 50 mil diários para o sindicato no caso de descumprimento de qualquer uma das obrigações.

Reivindicações

Os aeroportuários querem reajuste de 16%, que inclui a inflação de maio do ano passado a abril deste ano mais o crescimento do setor no período, e melhorias nos benefícios dados à categoria.  

A Infraero, estatal que administra os aeroportos do País, ofereceu reajuste de 6,4%, que representa somente a reposição da inflação do período e disse ainda não ter uma posição do sindicato sobre esta proposta.